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Chester na África (VIII)

10 Oct 2007

08/10 (Domingo) – Feira, universidades, rugby e bossa nova (bônus: mais DDR)

O Leo, coitado, perdeu um jogo da Copa do Mundo de Rugby, no qual a África do Sul enfrentou Fiji (não exatamente um favorito, mas deu um susto) para nos apresentar mais um pouco da província do Cabo.

O passeio começou pela Green Point Fair. É uma feira livre cujo nome deriva do fato de ser realizada ao lado do Green Point Stadium – ou melhor, ao lado do canteiro de obras no qual o estádio se transformou, já que está sendo literalmente refeito para a copa de 2007 2010 (valeu, Fipi).

A feira acontece aos domingos, e tem como público alvo os turistas. O diálogo é sempre o mesmo: você pergunta o preço, o cara diz, você faz cara feia, ele pergunta quanto você quer pagar, você responde com uns 30% do valor original, ele diz que é impossível e conta uma história triste, você insiste até fechar entre 30% e 50%. Um dos colegas fez uma bandeira baixar de R200 para R60 – e ainda achou que dava pra negociar mais.

Além disso tem muita enganação. Ex.: você encontra vários caras vendendo dente de leão, só que o comércio desse tipo de artigo é muito restrito, praticamente proibido (para coibir a caça não-regulada). Os dentes vendidos lá são ossos comuns (do que quer que seja), polidos para ficar no formato.

Uma curiosidade é que a maior parte dos mascates da feira não é sul-africana, mas oriunda de outros países como Nigéria, Congo, Zâmbia e Zimbábue. É inevitável traçar paralelos entre o continente africano e o nosso país de dimensões continentais nesse aspecto, isto é, no comércio de rua como alternativa de subesitência para migrantes nas grandes cidades.

Pouco adepto da arte da pechincha (e mal-acostumado a usar cartão de crédito), não comprei praticamente nada. Seguimos para a praia de Camps Bay, a mesma em que jantamos na quinta. Com a luz do sol pudemos ver como é bonita e bem conservada. É uma pena que o clima estava insanamente frio, não havendo a mais remota possibilidade de entrar na água.

Comemos no bistrô do Mariner’s Wharf, que serve peixe recém-pescado em caixinhas de fast-food, mas com sabor diferenciado. Optei pelo Hike & Chips (merluza à milanesa com batata-frita, meu prato default em lugares desconhecidos por aqui), mas os mais chegados a frutos do mar podem pedir uma caixinha com um pouco de cada coisa. Você come olhando pra praia, embora no nosso caso a visão estivesse limitada pela lona fechada (por conta do frio).

Pra mim isso já valia como almoço, mas era só uma preparação: seguimos a leste para o município vizinho de Cape Town, Stellenbosh, cuja universidade alimenta uma rivalidade amigável com a Universidade de Cape Town, no melhor estilo USP/UNICAMP (com um detalhe cultural extra que eu elaboro outra hora).

Ambas as universidades têm campi magníficos, e, sem sugerir qualquer relação entre uma coisa e outra, não posso deixar de mencionar que não há universidades públicas na África do Sul. De qualquer forma, a visita aos campi foi rápida, pois nosso destino era o Spier, um vinhedo muito mais interessante que o que veio “de brinde” no safari (cujo nome nem guardei).

A degustação custa irrisórios R10 ou R20, conforme o menu escolhido. Fui neste último, e posso dizer que os vinhos eram bem melhores que os da degustação do dia anterior, particularmente os brancos (sim, a essas alturas o Chester abstêmio foi pro saco). Os preços são ridículos – uma garrafa relativamente cara sai por R50 (R$ 13,15).

O lugar não tem website, mas qualquer mapa de hotel te ajuda a localizar. Na dúvida, ele fica na estrada R310 – dessa vez não estou falando de 310 rands, e sim da sigla da estrada. Aqui todas as grandes avenidas e estradas possuem essas siglas (letra+número). Ajuda horrores (tanto que o Google Maps mostra as siglas).

A idéia era almoçar ali, mas estava tudo fechado – como eu disse, estava rolando um jogo da copa do mundo de rugby, e, a menos de pintar a rua e incomodar os outros com o barulho, os caras aqui páram tudo, como a gente faz na versão futebolística. Ainda bem que o Leo é nativo daquelas bandas, e achou um restaurante super bacana, o Bossa Nova – que só estava aberto porque tinha telão e um sistema de som bacana. Tradução: era o lugar ideal para assistir ao jogo (não no nosso caso, todos os lugares com boa visibilidade estavam ocupados).

Apesar do nome, é um restaurante africano normal, com comida africana normal, cujo almoço bem servido valeu como janta. No entanto, eu quis ir ao shopping à noite assim mesmo para, entre outras coisas, tirar uma revanche da máquina de DDR. Não foi a melhor performance da minha vida (estou fora de forma e destreinado), mas pelo menos fui até o final – e o André filmou tudo:

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