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Desista!

02 Jan 2003

Ser macho, pra mim, é ser sincero. E neste ponto, me acho um pouco boiola: eu elogio vestidos floridos que realçam pneuzinhos, ignoro e-mails cuja gramática ou linha de argumentação imploram por uma desconstrução, parabenizo amigos “abençoados” com uma paternidade/maternidade inesperada, enfim, deixo a honestidade de lado na esperança de tornar o ar mais respirável para as pessoas.

Não me culpo por isso não – se todo mundo fosse sincero, esse mundo ia ser uma carnificina só. Mas admiro quem consegue colocar os dois pés na porta na hora certa, como o autor do artigo “Desista“. Não sou publicitário, mas depois de um certo tempo convivendo pessoal e profissionalmente com gente da área, acredito que o texto devia ser leitura obrigatória para vestibulandos nesta carreira.

P.S.: Ando escrevendo pouco. Combinação de FUVEST e uma repensada que eu estou dando no layout disso aqui. Mas eu volto.

Dez anos depois, uma devassa na Rede Globo

01 Dec 2002

Eu sempre ouvi falar no documentário Brazil: Beyond Citzen Kane (“Brasil: Além do Cidadão Kane”), que disseca a história da TV Globo e a maneira com que esta manipulou seu público na defesa, entre outros interesses, dos governos militares e de Fernando Collor. Como muitas outras pessoas, não tive a oportunidade de assisti-lo na época (1993), já que as tentativas de trazê-lo a público no Brasil tendem a ser obliteradas pela rede de influência da Vênus Platinada.

Já tinha procurado na Internet antes, mas foi só desta vez que encontrei uma página que disponibiliza os vídeos para download. O principal mérito do documentário é permitir um realinhamento com a realidade sempre que a Globo tenta passar uma imagem de jornalismo isento – fica difícil acreditar que seja possível deixar para trás uma herança deste porte.

É um pouco pesado para baixar: quatro episódios de uns 150MB cada, em formato DivX. Se fossem menores eu até disponibilizava aqui. Eis o link – se alguém conseguir converter pra VCD e disponibilizar, eu agradeço.

Macho que é macho programa em Atari

22 Nov 2002

Certa vez escrevi um artigo sobre desenvolvimento de jogos para o videogame Atari 2600. Vira e mexe alguém quer mais informações sobre desenvolvimento pra Atari, e eu costumo recomendar o Stella – uma espécie de “manual oficial do desenvolvedor” – além de alguma coisa sobre Assembly 6502 (que você acha fácil no Google ou em sebos).

Da última vez que eu fui procurar, me deparei com um site que traz o código-fonte comentado (através de um paciente trabalho de engenharia reversa) de jogos como Combat, Freeway e Adventure. Passei uma hora divertidíssima (ok, diversão de nerd) lendo este último de cabo a rabo. Conclusão óbvia, mas indiscutível: esse Warren Robinett (autor do jogo) é um gênio. De marca maior.

Depois eu é que sou estranho…

16 Nov 2002

A Wired News está dando uma matéria (também em português) falando sobre o fetichismo – na sua conotação sexual mesmo – que ronda o mundo do Macintosh. O destaque é para a quantidade de links para sites com fotos envolvendo Macs e sexo, fora alguns tão bizarros quanto, como o FAQ sobre sexo com carros (não em carros, mas com eles mesmo).

O artigo mostra que o mundo Windows não tem muito dessas coisas. Não que não tenha material com conteúdo sexual para esta plataforma, pelo contrário: tem de monte. É que os usuários de Windows provavelmente mantém sua vida sexual distante do seu hardware, assim, não tem material sobre sexo com a plataforma. Fora que os fetichistas devem ter alguma dificuldade para se excitarem com um desktop IBM ou para imaginarem uma fantasia erótica com aquele clips babaca do Office.

Também é digna de nota a informação de que existem iniciativas semelhantes (embora em menor número) dentre os usuários de Linux. Claro que ainda é prematuro concluir que existe vida sexual de qualquer espécie neste grupo…

Finalmente um anti-spam que funciona de verdade

12 Nov 2002

O Cloudmark SpamNet é um plug-in gratuito para o Outlook 2000/XP que se propõe a combater os e-mails não desejados (também conhecidos como “spam”) de uma maneira bastante original e eficiente. De forma análoga a um antivírus, ele gera uma “assinatura” para cada mensagem que você recebe, e compara com uma lista de assinaturas que ele sabe que são de spams. Quando identifica um, manda para uma pasta “Spam”.

Até aí, nada de mais. O interessante é que, quando algum spam passa pelo “pente fino”, você pode clicar num botão “block”, que, além de mandar para a pasta “Spam”, informa a assinatura daquele spam para todos os usuários do programa. Resultado (no meu caso): mais de 90% dos spams que chegam já foram bloqueados por alguém, e somem da minha vista antes que eu os abra.

Claro que o sistema tem um botão “unblock” – para o caso de alguém bloquear, por engano, uma lista de discussão, ou um mail marketing legítimo (i.e., aqueles que você opta para entrar e que realmente permitem o seu descadastro), e só envia as assinaturas para todos quando o spam é reportado por usuários que costumam identificar corretamente o spam.

É quase impossível dar “alarmes falsos”, i.e., identificar como spam e-mails legítimos) – coisa comum em outros programas e serviços anti-spam. Comigo aconteceu de ele engolir *uma* newsletter legítima (no meio de quase 1000 spams bloqueados). E-mail pessoal, isso ele nunca bloqueou (nem teria como, só se outra pessoa com SpamNet recebesse uma cópia e bloqueasse).

Claro que eu tenho motivos extras para fazer propaganda disto: quanto mais brasileiros usarem isto, mais spam nacional será bloqueado (eu notei que já tem *bastante* spam nacional bloqueado, mas diria que uns 25% passa, ao passo que a taxa de spam gringo que passa é menor que 10%). Mas vale a pena, acreditem.

É bom pra quem não quer pensar em nada: basta instalar e, sem nenhuma configuração, os spams diminuem drasticamente). Mas acaba sendo natural que quando um spam chega (especialmente aqueles de calão, moralidade, target ou ortografia duvidosos), fale mais forte o impulso de apertar o botão “Block”, sabendo que este gesto provavelmente fez com que centenas de milhares de cópias daquela propaganda da loja de pregos do Zimbawe estão sendo obliteradas dos PCs alheios. Infelizmente, não funciona com Outlook Express, nem com Outlook conectado no Exchange – caso contrário eu iria entrar em greve até tornarem o uso do SpamNet obrigatório no meu escritório!

É de menina, mas eu gosto

02 Nov 2002

Ok, vou admitir: o mangá que mais está me divertindo, o que eu não aguento de ansiedade quando termina é esse mesmo, Love Hina – a história extremamente novelesca do jovem Keitarô Urashima que, depois de rodar algumas vezes no concorrido vestibular da Universidade de Tóquio, vai parar em uma pensão só para mulheres.

Mas a vida não é boa como possa parecer, pois ele apanha o tempo todo – e esses são os *bons* monentos: quando ele não está apanhando, está metido em algum rolo sentimental.

Cada uma das meninas da pensão daria um gibi à parte – no começo dá um nó na cabeça, mas você vai se acostumando. O autor não tem o menor compromisso com a realidade, e a linearidade da história muitas vezes é atropelada por situações dramáticas ou cômicas – e é isso que a torna genial.

A série está no número 13 em São Paulo, mas a R$ 3,50 sai mais barato comprar a coleção toda em algum comic shop do que, digamos, um CD duplo ou um DVD básico. Recomendo, recomendo, recomendo.

No fim das contas, quem é que fala “errado”?

01 Nov 2002

Pelo jeito não restou outra alternativa aos “medrosos” (ao menos para aqueles que não chafurdam aqui e ali na contra-mão da história) senão destilarem seu preconceito reacionário circulando correntes idiotas.

Neste contexto, é reconfortante ver o Professor Pasquale – sim, aquele Professor Pasquale – <a href=”http://www1.uol.com.br/folha/brasil/ult96u42010.shtml” “>colocar alguns pingos nos “i”s</a> no que diz respeito à sua matéria quanto a este assunto. Coragem é isso.

UPDATE: Oportunismo acadêmico ou não, Lula agora é doutor. Justo.

Cavaleiro das Trevas 2: mais um prego no caixão dos comics

01 Nov 2002

Agora que finalmente saiu o terceiro volume, meu parecer: Cavaleiro das Trevas sintetiza tudo o que me levou a começar a ler gibis de super-heróis. Cavaleiro das Trevas 2, por sua vez, resume bem tudo aquilo que me fez *parar* de ler este gênero de quadrinhos (que me trouxe muita diversão e – por que não dizer – cultura nestes últimos quinze anos).

Não é culpa do Miller, não – o gibi é, no geral, bom. Acontece que ele é sintomático do esgotamento do gênero, que sacrificou demais a qualidade em prol da quantidade, o conteúdo em prol da forma, a diversão em prol da coleção. Ressaca total. Me parece mais jogo guardar o dinheiro para os eventuais lançamentos “de autor”, que não demandem conhecimentos enciclopédicos de cronologia e tragam mais diversão e cultura por página.

Não precisa ter medo…

25 Oct 2002

…pois o Brasil não mudou tanto assim: quando uma bund-dançarina deixou acidentalmente um seio à mostra num ensaio fotográfico, os acessos nos portais que destacaram o assunto dispararam – muito mais do que com qualquer notícia do cenário político nos últimos dias.

Por que Lula: uma outra visão

16 Oct 2002

Quando me perguntam “por que Lula?”, há quem diga que minha resposta parece mais alinhada com minha percepção sócio-política do que com a realidade mais próxima de mim ou do interlocutor. Ao invés de me justificar, trago uma alternativa: o texto “Tá bom, eu falo” defende posições muito semelhantes às que já coloquei em outras ocasiões, mas com uma base menos teórica e mais empírica, que certamente abre mais espaço para a identificação com o leitor.