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Crise no Japão: a herdeira é menina

03 Dec 2001

O Japão está em crise: a imperatriz deu à luz uma menina, o que pode desencadear uma crise política. Sério! A lei do país permite apenas que homens assumam o trono, mas o nascimento da princesa reacende o debate sobre o sentido desta lei nos tempos atuais.

Um dos catalisadores da crise foi o fato de a Imperatriz ter demonstrado interesse em criar a filha perto de si, pois normalmente os pais da realeza nipônica não criam seus filhos (dizem as más línguas que isso também acontece com a “realeza” brasileira hoje em dia, mas essa é outra história, na qual eu nem me meto…)

Sei que é um assunto seríssimo para eles, mas a “crise da imperatriz” não deixa de causar uma sensação estranha em nós, que enfrentamos a crise econômica, a crise energética, a crise da moralidade na política…

“Temos que passar o ibest a limpo”, diria Boris Casoy

30 Nov 2001

O assunto de hoje foi a compra do iBest por um dos grupos acionistas do iG – e o fato vários grandes portais portais tirarem seus sites do evento, por acharem que a imparcialidade acabou.

Em primeiro lugar: empresas como o Grupo Abril e as Organizações Globo virem falar de imparcialidade na mídia é quase como o Juiz Nicolau pedindo a moralização na política. Sei que há trabalhos jornalísticos sérios nelas, mas não preciso chover no molhado apontando lobbies mascarados de jornalismo em publicações/programas de ambos os grupos.

Além disso, o iBest nunca foi flor que se cheire pra mim. Não é nada pessoal contra organizadores ou premiados (eu mesmo já participei da criação mais de um site vencedor) – acontece que, na minha opinião, o iBest é muito mais um medidor de eficiência das assessorias de imprensa e da capacidade de colocar popups “vote em mim” do que um critério de qualidade.

E eu não sou o único a pensar assim – tem gente até mais estressada do que eu com o assunto.

Frases da semana sobre “Casa dos Artistas”

30 Nov 2001

(pra não dizer que não falei de flores)

“Sílvio Santos é um gênio” (dita, com razão, por pelo menos cinco pessoas por dia) “Eu boicoto Casa dos Artistas, nem quero saber o que é” (já ouvi várias vezes também, mas, como diriam os Borgs, “resistance is futile”)

Campeã: “Se o Serra que é ministro quebra patente, porque é que o Sílvio ia estar preocupado com a Globo?” (Cristiano, acerca do processo)

Equilíbrio no palanque

28 Nov 2001

FHC resolveu dar as caras em público, apesar do seu ibope estar meio na sombra do apagão. Infelizmente (pro presidente) a aparição era a respeito do bolsa-escola, assim, não tinha como não trazer o Paulo Renato – cujo filme queimado nos permite dizer que, em termos de popularidade, isso só perde pra inaugurar uma creche e chamar o Michael Jackson pra fazer o discurso!

Deu quebra-pau com professores, claro. Menos mal que, pra contrabalancear, o Fernandão teve o bom-senso de levar junto a Eliana dos Dedinhos. Isso é lição aprendida com Ciro Gomes: gostosa no palanque dá mais certo que qualquer discurso…

Você mexeria com um hipopótamo?

27 Nov 2001

Parece uma pergunta idiota, mas não é: um hipopótamo matou seis pessoas numa embarcação, porque eles foram estúpidos o suficiente pra ir ver o bicho mais de perto, já que hipopótamo é mansinho e não pesa quase nada mesmo…

Santa paciência – o pior é saber que, segundo o artigo “os acidentes fatais por causa de ataques de hipopótamos nos rios e lagos da África chegam a centenas a cada ano devido à errônea imagem de mansidão desses enormes animais que, na verdade, são um dos mais agressivos do continente.”

Pára com isso! Tem que ser muito mané pra querer chegar perto de um bicho de 2000Kg, por mais manso que ele seja… esse grupo é seríssimo candidato ao Prêmio Darwin.

Bill Gates: “nippankies go home!!!”

24 Nov 2001

A imprensa tem feito um certo estardalhaço em torno dos novos lançamentos do mercado de videogames (resumidamente, a Microsoft e a Nintendo lançaram novos consoles num mercado dominado pela Sony), tanto pelas novidades técnicas em torno dos consoles, quanto pelo bem-vindo reaquecimento da economia americana, que ainda tenta se adaptar ao pouso forçado do mercado de ações pontocom e à depressão pós-11-de-Setembro.

Mas tem um fator nisso sobre o qual pouco se fala: a entrada da Microsoft neste campo pode representar a primeira vez (desde a derrocada do Atari) em que uma empresa genuinamente americana capta os milhões de dólares do setor de videogames que tradicionalmente vão parar nas mãos de corporações japonesas como Sony, Nintendo, SNK e Sega (estas últimas já fora do páreo, mas tendo colhido seus louros no passado).

Será que os americanos não vão começar a fazer movimentos de “prefira o produto nacional”, como fizeram em outras épocas com carros? A Microsoft bem que podia fazer algum marketing em cima disso? seria politicamente incorreto em outros tempos, mas o clima nos EUA é outro desde 11 de Setembro. Fora que ia ajudar a combater um outro fenômeno “climático”, que, embora de menor grau que o nacionalismo de mercado, corre o risco de arranhar as vendas do console: o sentimento anti-Microsoft.

Nota de Rodapé: no auge da preocupação americana com a invasão dos produtos japoneses em seu mercado (1992), o presidente da filial americana da Nintendo comprou 60% dos papéis de um time de baseball, o Seattle Mariners, investindo uma dinheirama numa paixão pessoal misturada com tentativa de “marketing de relações”. A imprensa não viu com bons olhos a “profanação” de um símbolo nacional por um investidor estrangeiro, mas os US$ 75 milhões foram fundamentais para levantar o time…

Trailers de filmes que não existem

23 Nov 2001

A home do site diz tudo: “Trailervision – Trailers for movies that don’t exist and spoof movie trailers”.

O link acima vai direto para “Kung Fu Jesus”, que é uma sátira bem sacada de alguns excessos que essa “onda Jet Li” do cinema nos trouxe. Impagável.

Por que Chester?

23 Nov 2001

Toda vez que alguem me pergunta o porquê desse apelido, eu preciso saber onde a pessoa estava em 1989 – é de um desenho dessa época (“Turma da Pesada”), que teve seus 15 minutos de fama e desapareceu.

Como ninguém lembra mesmo do desenho, lá vai uma “foto” do Chester original:

Lembrou? Ainda não? Então vá ao Toonarific Cartoon Archive, lá tem fotos de personagens mais expressivos e uma pilha de informações. Site bacaninha.

Harry Potter e a Pedra Filosofal

23 Nov 2001

Fui ver hoje. Tem que ser macho pra querer assistir um filme infantil tão promovido num sábado à tarde. Mas quem gosta de desenho animado já sabe o truque: é só procurar uma sala com a versão legendada, de preferência próxima a alguma com o filme dublado. É garantia de cinema vazio.

Antes de dar minha opinião, tenho que dizer que sou suspeito: li os quatro livros (o último em inglês, um presente de aniversário simpático) e gostei. Posto isto, o filme é muito bom. Pra quem não leu é, no mínimo, divertido. Quem leu não vai se frustrar com a caracterização do ambiente (o que provavelmente se deve ao detalhismo da autora no livro e à sua marcação cerrada no set de filmagens) nem com as atuações.

Curiosidade: quando eu vi a partida de Quadribol (Quidditch), me senti como o personagem do Brendan Fraser em “De Volta para o Presente” com relação ao beisebol – ele, como eu, só entendeu o jogo quando assistiu uma partida com os próprios olhos, por mais que alguém tentasse explicar com palavras…

Claro que muita gente torce o nariz quando o assunto é Harry Potter. Entendo, há quem realmente não goste do gênero, e até aceito (embora não concorde) quando dizem que parece um plágio de Livros de Magia (vale lembrar: os autores são ambos ingleses). Contudo, muita gente fala mal simplesmente *não leu o livro*. Assim fica difícil (ou fácil, dependendo do ponto de vista) fazer uma crítica, não?

Dá pra sentir nesse pessoal um clima de “ah, como isso é popular, eu vou descer a lenha, assim eu pareço cool e de repente até arrumo mulher”. Conselho: ignore esta onda negativa e dê uma chance ao livro. Mas faça isso logo, porque a vontade de ver o filme no cinema será conseqüência natural…