Passou o carnaval, e, como de costume, nem tomei conhecimento. Mas o feriado foi ótimo para ficar atualizando as leituras, curtir a cidade deserta, e, eventualmente, ver televisão de madrugada.
Mas fiquei estarrecido com o seguinte: em *nenhum* dos dias de carnaval rolou aquela sacanagem da boa na TV aberta. No meu tempo de garoto, sempre contávamos com as emissoras de segunda linha (Bandeirantes, Gazeta, Manchete – todas com nomes diferentes hoje em dia) para mostrar uma boa dose de putaria dos bastidores, umas bizarrices ao vivo do Gala Gay ou de salões de periferia, sei lá. Dessa vez não tinha nada disso. Estranho, não?
Será que os reality shows diurnos acabaram com a graça do ninguém-é-de-ninguém anual das noites de carnaval? Ou naquela época era difícil ver mulher pelada no desfile oficial? Há quem diga que isso tudo é culpa do carnaval global narrado pelo Galvão Bueno, que brocha tanto o telespectador durante o dia que só sobra disposição para um bangue-bangue light à noite…