Dessa vez, mataram o Kenny mesmo. E essa notícia me fez pensar: por que os autores de quadrinhos e desenhos de sucesso precisam tão desesperadamente assassinar suas criações quando estas estão no auge?
Creio que Crumb começou esta onda, ao dar cabo de Fritz. Mas o caso dele é fácil de entender: o personagem estava tomando um rumo muito comercial, ele não curtiu, cortou pela raiz. Não foi o único: o Angeli mandou pro saco a Rê Bordosa na mesma linha de pensamento.
No extremo oposto, temos as editoras que descobriram que é uma boa idéia “matar” personagens quando suas vendas não andam muito boas – vendem-se alguns gibis “a morte do fulano”, “o enterro do fulano”, “a missa de sétimo dia do fulano”, e, claro, “a ressurreição do fulano”. Eventualmente surgem histórias boas (o “fulano” precussor, que todo mundo sabe quem é, foi agraciado com bons roteiros e desenhos, especialmente após a “ressurreição”), mas o golpe de marketing é evidente.
Acho que o caso do Kenny foi uma mistura dos dois: os autores se encheram o saco *e* resolveram chamar a atenção, eventualmente transformando isso em lucro. Como se South Park precisasse… :-)