Sempre que algum personagem ligado direta ou indiretamente a histórias em quadrinhos faz sucesso com o público infantil (leia-se: público ultra-consumidor), há um reflexo positivo no mercado de HQ. No caso de Dragonball, uma quantidade enorme de lançamentos de mangás que se viabilizou em grande parte graças ao sucesso do desenho animado e de seus produtos associados (ok, também ajudou o fato de os editores perceberem que podiam baratear bastante o produto final mantendo-o em preto-e-branco e na diagramação original).
O que me chama a atenção é que, mesmo a molecada já indo procurar outra coisa para assombrar os bolsos de seus pais, o mercado de mangá parece estar com fôlego total – a um ponto que surgem coisas como Oiran: uma revista feita totalmente no Brasil, mas no estilo japonês (mangá).
Isso não é exatamente novidade – gente como Claudio Seto faz isso há um bom tempo. Acontece que o resultado geralmente cheira a cópia mal-feita (o caso do Seto é exceção, volto a esse assunto quando for oportuno). Mas Oiran me chamou a atenção: a arte/história são, no geral, bem construídas, a ambientação no Japão medieval – se é que eu estou habilitado, como gaijin, a falar do assunto – é convincente, sem se perder em detalhes como acontece às vezes com os mangás originais no estilo medieval. Embora a influência tupiniquim apareça na construção do personagem principal, na minha opinião ela só acrescenta.
Enfim, recomendo. O site da editora fala dos outros lançamentos. Honestamente, não sei se é possível manter a peteca tão alta o tempo todo, mas a R$ 2,60 o exemplar, acho que vale a pena arriscar.