Normalmente eu não vou assistir os “filmes cabeça” da moda. Não é tirar onda de pós-tudo não, é que, assim como os “blockbusters”, é difícil diferenciar o joio do trigo. Cidade de Deus é um caso desses – e ainda por cima fala de periferia e narcotráfico, temas que costumam deixar um vilaemense como eu com um pé atrás.
Mas embalado pela experiência agradável com o curta “Palace 2″, resolvi arriscar. E não me arrependi: o filme é realista, um pouco chocante até, mas não tenta se sustentar nisso – a história interessnte, no final faz valer o ingresso. Fugindo ao “jeito Spike Lee” de retratar situações de gueto, o filme chega até a usar um pouco da linguagem de roliúde, mas bem de leve, sem deixar aquela impressão de terceiro mundo querendo fazer bonito.
Como está em circuito, é uma boa oportunidade pra desanuviar um pouco dos remakes de seriados dos anos 60/70 com roupagem de Matrix. Recomendo.