Só o fato de ser do mesmo autor de “Mai” (um dos primeiros mangás a sair no Brasil, na época da onda Akira/Lobo Solitário) já valeria uma olhada neste gibi – e pelo jeito o Sr. Kazuya Kudo não perdeu a mão, o gibi é ótimo.
É verdade que a capa não seduz muito – talvez seja a colorização, meio artificial, ou a idéia (errada) de grupo infantil de combatentes que ela passa. A primeira coisa que me chamou a atençào é que a história se passa em Nova York (o personagem principal é nipo-americano), dando uma visão interessante a temas como a máfia, policiais nos dois lados da justiça e até sobre os veteranos do Vietnã que residem na cidade.
Também destaca-se o fato de não haver uma continuidade muito forte entre as histórias – apenas o personagem principal permanece. Este último fator, aliado ao fato de as páginas terem sido adaptadas para a ordem de leitura ocidental, certamente vai agradar os não-aficcionados pelo gênero, sem prejudicar os fãs como eu.
O fato de ser um formato maior e de terem “invertido” as páginas não impactou muito no preço: R$ 5,50 com três histórias que dividem 82 páginas. Fico torcendo para que os próximos números sejam publicados, pois tenho um certo receio quanto à viabilidade comercial de qualquer mangá acima da linha dos R$ 5. Desta vez espero estar errado.