Não vou me alongar demais explicando o que foi o Zap Comix (tem muito material na Internet sobre o assunto). Como o gibi/fanzine influenciou meio mundo – incluindo o meio mundo que me influenciou – comprei assim que vi na frente (apesar do preço salgado, na faixa dos R$ 30).
Honestamente, foi um pouco frustrante. Claro, é bacana para quem gosta de quadrinhos e quer ir um pouco além do convencional – ainda mais pelos textos introdutórios. Só que, em termos de diversão… sei lá, ficou bem atrás, por exemplo, da coletânea R. Crumb: Fritz the Cat, da mesma editora (Conrad), ou de outros quadrinhos do Shelton – por exemplo, “As Aventuras dos Fabulosos Freak Brothers” (outra ótima edição, embora um pouco difícil de achar).
<img src=”img/blig/nomejogo.jpg”align=”left” border=”1”>Se for pra gastar mais de vinte mangos em quadrinhos, vá direto em O Nome do Jogo, do também clássico Will Eisner. Quando li a contracapa, hesitei por quase 15 segundos antes de comprar (uma heresia, em se tratando de Eisner). Afinal, pensei, é mais uma história da comunidade judaica do início do século. Cheguei a me perguntar se o Eisner começou a ficar sem idéias.
Claro, me enganei de novo. Mas dessa vez foi para o bem: o autor mais uma vez reinventa a própria narrativa. Ao invés de prosseguir com suas já consagradas histórias de tom autobiográfico sobre os imigrantes judeus de classe média baixa, Eisner partiu para a pesquisa e retratou o outro lado, isto é, os imigrantes judeus que enriqueceram na América.
O resultado, é, como de costume, instigante, se destacando pela isenção – o que foge dos lugares-comuns que permeiam quase todos os livros, filmes e quadrinhos sempre que o tema envolve o povo judeu. Também um pouco caro, mas compensa.