<img src=”img/blig/dundum.jpg”style=”float:right;border:1px solid black; margin:4px”>A Dundum foi publicada em Porto Alegre, bem no começo dos anos 90. Além de ser o berço de gente como Adão Iturrusgarai e Edgar Vasques, ficou famosa por ter recebido apoio da Secretaría Municipal de Cultura (gestão PT), seguida pelas tradicionais reações da oposição quanto à “imoralidade subsidiada pelo dinheiro público”, aquela papagaiada de sempre, mas que, no fim das contas, parece ter ajudado tanto a prefeitura quanto a revista.
Não sei se chegou a ser distribuída no resto do país – se foi, eu nunca vi. Mas o site das Edições Tonto – que já me tornava um ser mais feliz com as tiras do Allan Sieber – tem uma página de compras que permite adquirir todas as (três) edições da Dundum. E foi o que eu fiz (num processo não exatamente automático, mas no qual fui muito bem atendido).
A revista, antes de tudo, é mais uma demonstração da auto-suficiência cultural do Rio Grande do Sul – que muitas vezes é injustamente confundida com bairrismo (em outras tantas é bairrismo mesmo, mas esse é outro assunto). Ao mesmo tempo que se sente a influência forte de revistas como Animal e Chiclete com Banana, a Dundum tem o seu sotaque próprio, que fica mais evidente a partir da terceira edição.
No quesito humor, fica devendo um pouco. Mas os quadrinhos mais “sérios” têm momentos interessantes. Considerando o preço (R$ 3 por exemplar), vale a pena dar uma espiada – pelo menos para quem curte o gênero “nacional anos 80″.