Achei este Hai-Kais, do Millôr Fernandes, em um sebo. Ele abre explicando o uso da grafia “Hai-Kai” no lugar de “Haiku” (que é o nome original dos tradicionais versos japoneses de três linhas). Infelizmente, o buraco é mais embaixo.
Eu não sou extremamente fã de poesia em geral ou de Haiku em particular (coisas de vilaemense rústico), inclusive questionando até que ponto dá pra escrever Haiku sem ser em japonês. Mas esse eu levei ao reparar que cada Haiku acompanha uma ilustração nada trivial.
Algumas são do próprio Millor, mas os outros ilustradores incluem Gustave Doré (ilustrador do século 19, famoso por suas ilustrações para A Divina Comédia), além de gênios dos quadrinhos como Milo Manara, Guido Crepax e Hugo Pratt. Isso tudo num livro de bolso!
Não arrisco os outros, mas os do Manara são visivelmente decalcados de histórias dele. Será que o Millor falou com toda essa gente? É possível, o cara é influente e tudo o mais… mas que cheira a pirataria de leve, isso cheira.
Nessa linha de livrinhos, também li o tal A Arte da Guerra, de Sun Tzu. É divertido, mas tem que ter muita imaginação para ver uma utilidade prática – a não ser, claro, se você for um general de exército medieval. Isto não impede a proliferação de livros na linha “A Arte da Guerra de Sun-Tzu nos negócios”, “A Arte da Guerra de Sun-Tzu para mulheres”, “A Arte da Guerra de Sun-Tzu para aumentar seu pênis” e similares. Lamentável.
Pelo menos agora estou me divertindo com Numa Fria, uma coletânea de contos de Bukowski. Muitas vezes ele apela para um certo “realismo gratuito”, mas quando você entra no clima, a maior parte dos contos é divertida.