Já tinha lido dois livros do autor (Jostein Gaarder): o famoso O Mundo de Sofia (que é um misto de romance e curso básico de história da filosofia), e o menos badalado, mas talvez mais interessante O Dia do Curinga. Este último era meu favorito pessoal, até que resolvi experimentar O Vendedor de Histórias – talvez o melhor livro que li este ano.
O narrador e personagem principal é uma pessoa extremamente imaginativa, capaz de criar e recordar histórias com a mesma intensidade e riqueza de detalhes que encontra nas memórias de fatos reais. Após algum tempo contando sua infância e adolescência, ele mostra a maneira pouco ortodoxa na qual aplicou tal dom para ganhar a vida, e as conseqüências disto.
Esta trama permite que várias outras histórias curtas sejam inclusas no meio da história principal. Algumas delas, claro, possuem ligação com a história principal, mas, independente disso, algumas delas já são geniais independente do conjunto, e justificariam o livro sozinhas.
O final, embora interessante, não empolgou como os finais das histórias mais curtas – o que não tira o mérito do livro. Não recomendo ler as sinopses – é muito mais divertido descobrir tudo à medida que vai acontecendo (isso devia ser com qualquer livro, mas parece que com esse os sites de venda insistem em querer revelar mais do que deveriam).