Com tantos jogos que disfarçam sua falta de conteúdo através da carga massiva de efeitos especiais (à semelhança dos blockbusters de Hollywood), é muito bom ver uma novidade como Katamari Damacy.
Difícil saber o que é mais kitsch: o visual ou a história. O Rei de Todo o Cosmos (imagine um valete drag queen, e você terá uma vaga idéia dele) manguaçou além da conta e destruiu boa parte das estrelas do céu. Cabe a você, o Príncipe, reconstruí-las, indo à terra com seu Katamari.
O Katamari é uma bola gosmenta. Quando você passa ela sobre objetos pequenos eles ficam grudados nela, aumentando seu tamanho. Em cada fase você tem que atingir um certo diâmetro no limite de tempo dado – e isso permitirá reconstruir um corpo celeste (não tente entender a relação entre uma coisa e outra, eu desisti).
Além do tempo, existem objetos maiores, animais e pessoas atrapalhando. No entanto, quando o Katamari cresce além de um certo ponto, a mesa vira: você é que passa a perseguir eles para grudá-los na bola – e essa é uma das partes mais engraçadas do jogo.
Parece um pouco estranho, mas a jogabilidade é excelente (especialmente porque os controles são bem simples – coincidência ou não, o fabricante é o mesmo do Pac-Man). Fica a impressão de que a capacidade dos videogames modernos (o Katamari Damacy roda no Playstation 2) finalmente é usada para algo além de adicionar mais polígonos ou mais fases em idéias batidas.
O estilo inovador e “ultra-japonês” lembra o Incredible Crisis do Playstation 1 (que também merece uma olhada). A trilha sonora é um show à parte: fugindo da mesmice techno-rock dos jogos de PS2, ela tem de tudo, incluindo samba e vocais estilo bossa nova. E para quem viciar, o jogo tem uma seqüência: We Love Katamari.