01/10 (Segunda) – Acampamento, carnes exóticas e drinking games
Nosso primeiro destino foi o Clara Anna Fontein, uma reserva florestal que contava com as tendas mais fantásticas que eu já vi – com chuveiro, banheiro e proteção total contra insetos, davam mesa em muito chalé.
Ali conhecemos os nossos colegas sul-africanos, e passamos o dia revezando atividades físicas (tais como sumô em roupas acolchoadas e paintball) e bate-papos regados a petiscos e bebidas. Eu abri mão destas últimas, pois a “cerveja das moças” do dia anterior, aliada à diferença de horário, me proporcionou uma noite em claro e um dia de zumbi.
Um dos pontos altos do passeio (em todos os sentidos) foi quando fomos levados num jipe para o alto das colinas. Ali pudemos apreciar as flores, os avestruzes e os vinhedos, além de provar duas carnes africanas bem tradicionais: o Droë wors e o Biltong. Ambos são fantásticos aperitivos, particularmente para quem curte carne seca. Também tinha um salgadinho de batata-frita com um tempero pouco ortodoxo (creio que era sabor cordeiro, não deu pra conferir), mas era bom.
O jipe era conduzido por uma moça alemã, vestida com roupas militares, que falava com aquele jeito mandão das suas compatriotas nos filmes de Segunda Guerra. Ela só perdeu o rebolado quando eu não aguentei a dor de cabeça e dormi, com o jipe sacolejando na estrada de terra. Quando ela se deu conta disso soltou um “what, is he sleepin’?” tão espontâneo e carregado que a galera caiu na risada (e eu acordei).
Aparte: há uma quantidade desproporcional de moças altas, bonitas, com traços nórdicos e olhar de dominatrix circulando nesta cidade. Tem horas que fica difícil manter a concentração no que quer que seja.
À noite aconteceu o braai – uma espécie de churrasco tradicional da África do Sul. A coisa é meio como a nossa macarronada de domingo, isto é, o aspecto social é até mais forte que o gastronômico. Aproveitamos o clima descontraído para apresentar a caipirinha e o doce de leite para os sul-africanos e chineses, numa verdadeira rodada de diplomacia degustativa.
Encerramos o dia com uma partida de Coinage, um drinking game bastante popular por estas bandas. Foi a minha deixa para tirar o time de campo, mas meus colegas brasileiros não só ficaram, como introduziram uma nova regra: quem perder bebe. Esta mudança fez tanto sucesso (i.e., fez a galera entornar tanto) que ganhou o apelido carinhoso de “Brazilian Rule”.
Comments
andre
adorei o "...aspecto social é até mais forte que o gastronômico..." pode falar que um churrasco dá de dez a zero.
Tornado
Brazillian Rule, hmm.
Seria interessante acrescentar essa regra nas nossas jogatinas heim =)