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Eee PC 900 + Ubuntu = :-) (mas leia o último parágrafo)

20 Jul 2008

Cansado de ir e vir com o MacBook do trabalho – sendo que em casa o meu uso é bem comedido – acabei comprando um mini-mini-mini-notebook, o ASUS Eee PC 900, e estou muito satisfeito com a maquininha – comprei por R$ 1350 na galeria da Rua Aurora, 249 – loja 29, com nota fiscal e garantia de 1 ano do fabricante (também dá pra encontrar no MercadoLivre).

Além do preço, os maiores atrativos foram o peso (pouco menos de 1KG) e o tamanho reduzido. Ele não “rouba” como, por exemplo, o primeiro PS2 Slim ou o Amiga 600 (que eram minúsculos, mas tinham fontes externas gigantes): a fonte é mínima, uma das menores que eu já vi em notebooks.

Claro que esta miniaturização toda tem um preço: é preciso um tempinho para se acostumar com o teclado (nada que não se resolva plugando um teclado USB – que custa duas jujubas hoje em dia – quando rolar trabalho pesado). O mais importante é a tela de 7″ das gerações anteriores foi substituida por uma de 9″ no 900 – e apesar da resolução pouco convencional de 1024×600, funciona bem. E dá pra conviver muito bem com 1GB de RAM e o processador de 900Mhz se você não pegar muito pesado.

Um item que pouca gente presta atenção é que, assim como o badalado MacBook Air, o Eee não tem disco rígido – ao invés dele, ele usa um SSD (Solid-State Drive), que é, grosso modo, como um pendrive interno. O meu modelo 900 veio com dois SSDs: um de 4GB na placa-mãe e outro de 16GB – ambos internos. Com boa vontade é possível substituir este de 16GB (assim como é possível subir a RAM para 2GB), mas um conveniente slot SD permite adicionar cartões de memória sem ficar nada pendurado.

O que eu não curti foi o XandrOS, o Linux que vem instalado nele. Ubuntu ao resgate, pensei. Minha primeira tentativa foi instalar o Ubuntu 8.04 padrão, já que tem dúzias de guias na web pra fazer isso. O ideal é usar um drive de CD ou DVD plugado na USB, bootar o Ubuntu (pressione ESC quando aparecer a tela da ASUS pra escolher o dispositivo de boot) e seguir o processo normal.

Quem não tem um desses (como eu) tem que sambar um pouco mais. Decidi que o mais saudável seria dar boot do instalador a partir de um cartão de SD (aproveitando o slot mencionado acima). Por R$ 99 eu comprei um SD de 4GB (na Fnac, que era o que tinha perto de casa), que depois da brincadeira ainda serve pra aumentar um pouco mais a capacidade do micro.

Existem várias maneiras de colocar o instalador no cartão. A primeira que deu certo pra mim foi a dica do Universo Bolha. Uma das maiores vantagens dela é que você copia a ISO direto para o cartão (o que vai ser útil se você precisar instalar outra versão, como eu precisei), com duas adaptações:

  1. O link dos três arquivos lá é para o Ubuntu 7 – o do 8 é esse;

  2. Se o XandrOS tem um GRUB instalado e disponível, está bem escondido – eu tive que instalar o GRUB no segundo SSD, usando o Terminal (Ctrl+Shift+T) e o grub-install. Em seguida usei o ESC no boot para selecionar este SSD e lá eu dei os comandos do artigo.

Fazendo tudo direitinho, entra a instalação em modo texto (não se assuste, são as mesmas perguntas da versão gráfica). No final você tem o Ubuntu instalado e funcionando – ao menos parcialmente.

Por exemplo, ele entra em 800×600, distorcendo a tela. O WiFi não funciona (e a rede com fio só depois de tirar e recolocar a bateria). Tem um script que alega resolver os problemas, mas pra mim ele consertou algumas coisas e quebrou outras. Não curti, e passei para o plano B: o Ubuntu Eee, essencialmente um Ubuntu pré-ajustado para o hardware do Eee.

Eu tinha um certo pé atrás com isso, mas através do UNetbootin (que eu não consegui rodar a partir do XandrOS porque ele é desatualizado demais, faltam as bibliotecas mais essenciais) foi possível dar boot diretamente do SD. E cinco minutos de Live SD (nos quais o Wifi, a resolução e o som rolaram de prima) foram suficientes para clicar no Install e torná-lo meu sistema default.

Ainda tem um ou outro quirk pra resolver (ex.: quando ele volta do sleep o som desaparece), mas no geral tudo funciona. Só de farra, instalei o Java 6 e o Eclipse 3.4, e funciona!

Um detalhe importante: o drive SSD é bem mais rápido que um HD tradicional, mas tem uma desvantagem: cada um dos blocos do disco suporta um número limitado (embora alto) de gravações. Dessa forma, o ideal é reduzir ao máximo as escritas no disco para maximizar a vida útil do drive. Outro lance que você tem que levar em conta é que são duas unidades (4GB e 16GB), que você quer aproveitar ao máximo.

Na prática, Isso significa que você não deve aceitar o esquema padrão de particionamento sugerido durante a instalação do Ubuntu (que assume que você tem um unico HD “normal” e que vai reservar uma pequena parte dele para swap, i.e., para usar como memória quando esta faltar). Ao invés disso, a minha sugestão é formatar os dois SSDs, cada um com uma só partição. Monte o sistema de arquivos raiz (/) no primeiro SSD e o /home na segunda.

Dessa forma os seus documentos, músicas, pornografia, etc., terão todo o segundo HD para usar, e você ainda pode reinstalar o sistema operacional sem perder as suas coisas. O instalador vai falar que não é uma boa ir sem uma partição de swap, mas você está com ele ou comigo? Falando sério: o swap não vai te ajudar muito – e diminuirá a vida útil de parte do seu SSD à toa.

Outra coisa: ao formatar, use o sistema de arquivos ext2, e não o ext3 (que a instalação também sugere). Este último tem um lance (journaling) que aumenta muito a tolerância a falhas, mas também aumenta a quantidade de escrita no disco – e você já sabe que isso é ruim.

Com esses ajustes, o Eee PC 900 se torna um micro muito decente. Cheguei a brincar com ele na loja rodando Windows XP – até dá jogo, mas eu já superei essa coisa de Windows na minha vida. Em qualquer caso é um computador bacana, e eu recomendo.

UPDATE: Após ter escrito este post, eu tive um problema com o EEE – algumas teclas pararam de funcionar. Como estava na garantia, mandei pra loja, que mandou pra assistência da ASUS. E esta última me disse que eu tinha aberto o computador (o que eu não fiz) e que iria cobrar a assistência. Fiquei muito puto e mandei devolver. Quando pegar vou tentar consertar o teclado por conta própria (já fiz isso antes), mas não dá pra continuar recomendando o EEE com um pós-venda tosqueira desses.

Comments


Mathias Kroyzanovski

Mathias Kroyzanovski

Chester, estou pra ir pros states esse final de ano (pra compra um ps3, um nokia n81 8gb, provalvelmente montar um pc novo e possivelmente um notebook), vc axa que eh melhor comprar um eepc 900 aqui agora ou esperar e comprar um 1000H(que tem hd de 80gb, que provavelmente vou substituir por um de no minimo 160) lá (ou talvez eu compre um tablet da hp de 12 polegadas(já deu pra notar que eu gosto de note com tela pequena...) que custa quase 4000 aqui)? E outras perguntas: ele ( o 900) tem Bluetooth integrado? Qunatas usb's ele tem? O wifi dele é padrão g(54 ou 108mbits) ou n(300 mbits)? E vou rodar um triple boot (se der, é claro) com Ubuntu, Win Xp e Win Vista Ultimate[já vídeos no youtube do eee 100h rodando o vista ultimate 32bit e roda bem até[com certeza é melhor que o meu semprom 2400 com 256mb de ram e placa-mãe de chipset SiS(Senta i Shora).]

FlW


Chester

Mathias, o 900 não tem Bluetooth, mas tem 3 USBs, permitindo plugar um dongle bluetooth quando você precisar. O WiFi é só G mesmo.

Pessoalmente, acho que o HD e uma tela maior matam o principal lance do Eee, que é ser leve e robusto (por não ter partes móveis). Sugiro que você vá atrás do HP mesmo ou de outras alternativas. E boa sorte com a alfândega/impostos com todas essas coisas. :-)

Abraço.






chester

Talissa, na verdade eu usei o da loja que já tinha o XP instalado. Talvez valha a pena dar uma conferida nos settings da BIOS (mas tou chutando, meu EEE teve o triste fim de sumir junto com uma mochila minha na primeira hora da minha primeira visita aos EUA :-( )

Boa sorte!


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