Foi preciso coragem para vencer o frio e a preguiça, mas eu e a Bani fomos ver O Mundo Mágico de Escher, a tão falada exposição da arte de M.C. Escher. Qualquer nerd de respeito (e até alguns humanos normais) conhece muitas das ilustrações apresentadas ali, mas é bacana ver essas obras em tamanho grande – isso sem falar na parte interativa e no filminho 3D.
Dois obstáculos ficam no caminho do visitante potencial. O primeiro é a popularidade da exposição: já tínhamos tentado uma vez, mas a fila dava a volta no quarteirão. Hoje ela “só” ia até a esquina, e resolvemos ter paciência e encarar. Mas o pior mesmo é que pra chegar no Centro Cultural Banco do Brasil foi preciso enfrentar o centro da cidade, que está bem abandonado. Fomos do Metrô São Bento pela Rua São Bento e voltamos pela 15 de Novembro até o Metrô Sé. Os dois caminhos foram uma desventura de cheiros ruins e ruas semi-desertas com abordagens desagradáveis. Ir pela Sé foi o menos desagradável, mas mesmo eu que sou “rato” do centro fiquei tenso.
Voltando à fila: ela continua dentro do CCBB, mas pelo menos você pode ver algumas obras enquanto aguarda sua vez para entrar no salão de cada piso. Dica: a fila do lado de fora vai direto para a exposição, passando ao lado da bilheteria onde tem os ingressos para o filme, e se for um grupo pequeno, dá para uma pessoa pegar os ingressos enquanto a outra aguarda na fila. O nosso ingresso era para uma seção dali a 1h – que foi o tempo certinho de ver a exposição e, ao final dela, o filme de 8 minutos.
Algumas instalações são, na minha opinião, dispensáveis. Ex.: o periscópio e a tentativa de reconstruir uma sala de um quadro, com direito a gato empalhado. Mas a maioria é bacana, e mesmo que você não queira pegar a fila para ver a exposição, vale interagir com a Sala de Escher. Reproduzida do museu original, ela permite que duas pessoas se posicionem em cantos opostos, para que um terceiro possa observar/fotografar a ilusão resultante do desenho da mesma. Como não tínhamos o terceiro, eu tirei duas fotos da Bani, e ela tratou de juntar:
O filme tem apenas oito minutos, mas é bacaninha: ele “desmonta” algumas das construções populares, mostrando como o ângulo particular que Escher usa para desenhá-las é crucial para gerar a ilusão de ótica desejada. Os óculos 3D funcionaram bem para mim (exceto durante os créditos), tornando o filme uma ótima maneira de encerrar a exposição – lembrando que ela só vai até 17 de Julho, e eu recomendo uma visita. De preferência durante a semana, quando o Mundo Tenebroso da Sé não está tão largado – o que é uma pena, mas eu não esperava nada diferente de uma gestão do PFL DEM mesmo…
Comments
Renato Elias
Huum, não tinha me ligado nisto, gostei da idéia.
Você não comentou, fiquei procurando no site do ccbb durante 5 minutos para descobrir que a exposição é gratuita.
Vou conferir, vlw
chester
De fato, a entrada é franca - tanto para a exposição quanto para o filme. Obrigado pela observação!
Luca Bastos
Por coincidência fui hoje também só que pela manhã. Tentei ir ao teatro municipal mas não tinha mais ingressos. Então meu programa centralino foi Escher no CCBB e curtir um bocado no restaurante do pátio do Colégio. Tudo isto com direito a um certo engarrafamento para ir porque peguei um passeio de centenas de skatistas na ida e na volta a 23 de maio parada sei lá por quê.
Gostei da exposição apesar de já conhecer muito da obra dele. Mas gosto mesmo é de ir no CCBB cujo prédio é lindo e o antigo cofre Fichet é bárbaro.
Passear no centro pode ser melhor aproveitado quando se olha para cima. Alguns prédios tem fachadas lindas com sacadas ou coberturas do tempo em que a preucupação não era somente o GTD. Além de servir para alguma finalidade, as construções serviam também para serem vistas. Hoje reparei em uma pequena sacada em um prédio rosa quase em frente ao pátio do colégio que nos dias de hoje jamais teriam contratado o artista que a elaborou.
Cipriani
Para os madrugadores, se você for domingo as 9 da manhã não pega fila nenhuma. \o/
Paulo Junqueira
Chester,
Sou fã do Escher desde moleque. Na verdade, minha primeira lembrança de arte vêm dele, qdo meu pai me mostrou um livro com suas obras. Btw, Waterfalls eu tenho tatuado na perna, hehe.
Quanto a exposição, fui logo no começo. Não peguei fila nenhuma. Tudo maravilhoso. Gostamos de tudo, sem exceção. Até me empolguei pra próxima tatoo, hehe.
Abraço!