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Santa escócia!

06 Feb 2005

Santa Escócia!No final dos anos 80 era exibido no Brasil um desenho (fotos aqui) que revezava episódios do Super-Homem e do SuperBoy. Em ambos, o personagem usava muito a expressão “Santa Escócia” (ou “Grande Escócia” – não tenho muita certeza se era uma, outra, ou ambas). A pergunta que ocupou as mentes vazias dos Stone Age Scanners por meses era: o que diabos tinha a ver o Super-Homem com a Escócia???

Esse é o tipo de coisa que você encontra fácil – desde que saiba o que está procurando. E nós não sabíamos. Queimei um bom tempo antes de desistir e esquecer o assunto. Até que me deparei com uma tira amadora do Scott Kurtz, feita em 1991, na qual um herói-paródia exclamava “Great Scott!“.

Ding. A partir daí foi fácil descobrir (aqui, por exemplo) que a expressão era comumente usada pelo personagem nesta época, tanto nos quadrinhos quanto nos desenhos, e provavelmente os tradutores optaram pela sonoridade em detrimento da precisão.

E antes de malhar os caras é bom considerar que a expressão já não fazia muito sentido para o Super-Homem no original – mesmo porque, Super-Homem à parte, a origem da mesma já gerou bastante controvérsia. Apesar da inutilidade geral do assunto, o tempo que eu gastei procurando me motivou a deixar registrado aqui: “Santa Escócia!” = “Great Scott!”.

Mp3 player de garagem

06 Feb 2005

Fui conferir o tão falado Minty MP3, um player de música digital feito em uma caixa de “mentinha”. De fato, o jeitão descolado da caixinha impressiona, mas eu fui fisgado pelos detalhes técnicos – a começar pela própria caixinha (que, sendo metálica, diminui bastante o ruído eletromagnético). É impressionante a quantidade reduzida de componentes de prateleira, cada um executando funções bastante elaboradas.

A música, por exemplo, fica em um cartão CompactFlash. Este formato é desdenhado pelos usuários de câmeras digitais pelo tamanho, mas sua principal vantagem é a flexibilidade: é possível ler/gravar arquivos usando desde uma simples comunicação serial até uma interface IDE (ele “conversa” ATA, o mesmo padrão usado por HDs e CD-ROMs).

Um microcontrolador faz o papel de CPU, RAM e ROM, carregando e removendo as músicas do cartão flash. Ele envia as mesmas para um decodificador MP3 (sim, um chip especializado faz o que o meu 386 suava pra fazer). Colocando na frente um DAC (conversor digital-analógico), o circo está armado. O autor não se deu por contente e ainda adicionou conexão USB e transmissão FM – cada um também com um singelo componentezinho.

Claro, é preciso ter vários componentes “tradicionais” (resistores, capacitores) para conectar esses módulos todos, fora que a montagem não é muito simples de executar (o cara é do MIT, e recomenda um outro projeto menos radical para os mortais). Ainda assim, ele ilustra o quanto o “hobbyismo” em eletrônica evoluiu desde o final dos anos 70.

CORREÇÃO: O autor é, na verdade, uma autora (valeu, Mario). Quando vi MIT, cometi o ato falho de, sem pesquisar, associar um homem, dando a entender que nem tanta coisa assim mudou desde os anos 70. Mau sapão, mau sapão.

Mamma mia

27 Jan 2005

Essas épocas de falta de tempo e assunto para escrever são terríveis. Felizmente não faltam animaçoes bizarras na web para encher linguiça. Son of a Peach é um final “alternativo” (leia-se: não abra no escritório) para o Super Mario.

O pior é que é uma espécie de remake de Mario Gets Lucky, uma produção mais simples com o mesmo tema.

Blog do hulk esmaga homenzinhos

12 Jan 2005

HULK SMASHES PUZZLEMau português por mau português (cabe também “mau inglês”, já que os gringos não ficam atrás em escrever errado), fico com o Blog do Hulk. Pelo menos o Hulk esmaga.

Festa no apê

09 Jan 2005

E vamos a outro video tosco interessante (os autores têm outros, mas eu nem vi). Dessa vez é uma brincadeira com a música “Festa no ap”, do cantor-entidade-intergalática Latino.

Me custou acreditar que a música realmente existia (parece que é versão de uma tal Dragostea Din Tei) e que não foi adulterada em nem uma vírgula para avacalhar, mas a original é exatamente aquela – os caras apenas fizeram o clipe.

Internet explorer: infelizmente não tem mais como usar

07 Jan 2005

Get Firefox!Essa parece eser uma das mais perigosas falhas de segurança descobertas no Internet Explorer até hoje.

Exagero? Clique no link e, na página, em “Test Now”. Ela cria um diretório na raiz do seu drive C – sem qualquer intervenção da sua parte. Segundo o autor, o método pode ser usado para manipular ou apagar qualquer arquivo do seu computador.

O Windows Update deve corrigir isso logo, mas a questão é outra. Integrar o browser ao sistema operacional não deu certo. Até eu, usuário satisfeito do IE desde o 2.0 (que era pouco mais que um Wordpad que entendia HTML), migrei para o Firefox. Não por aquela bobagem pseudo-hippie dos nerds sobre liberdade, e sim pela questão de segurança e qualidade.

Aproveitando o assunto: o Microsoft AntiSpyware, ferramenta contra softwares espiões e outros tipos de malware, entrou em fase de testes (beta), e o download é gratuito. Espero que a versão final venha no doce, afinal de contas já basta termos que comprar antivírus – a propósito, esse tipo de software é que deveria ser integrado ao sistema operacional…

The corporation

06 Jan 2005

Nestes tempos em que documentários do calibre de Tiros em Columbine, Super Size Me e Farenheit 9/11 chamam a atenção, é muito estranho que The Corporation tenha tido tão pouco destaque.

Pelo que pesquisei, ele esteve apenas em uma mostra de cinema e mais uma ou outra sala. Só o descobri por estar de folga, já que mesmo na TV paga ele só aparece à tarde ou de madrugada.

Uma pena, pois é muito bem acabado e interessante. Como sugere o título, fala sobre as mega-corporações e o impacto de suas operações no mundo todo. Para quem quiser e puder, também vai passar na HBO (dia 15 às 03h30) e na HBO2 (dia 7 às 14h e dia 16 às 06h30).

Luto

04 Jan 2005

Péssima maneira de iniciar o ano. Apesar do seu trabalho ser eterno, infelizmente Mr. Eisner nao o era, e faleceu ontem.

Coincidentemente, neste mesmo dia o History Channel passava um excelente documentário sobre quadrinhos – claro, sob uma perspectiva histórica. Ali um bem-humorado Frank Miller admitia ter se inspirado em (ou, nas palavras do próprio, “roubado do início ao fim”) uma antiga história do Spirit para compor uma personagem.

Miller chegou a contar o fato ao próprio Eisner, que comentava despretensiosamente – quase alheio ao fato de ser uma lenda viva.

Quem parar de ler quadrinhos agora tem uma boa justificativa. Este foi, sem dúvida, o dia em que os quadrinhos morreram.

Brad templeton

04 Jan 2005

Brad Templeton, Membro da EFFAinda que a Electronic Frontier Foundation não realize sua missão de proteger os “direitos digitais” do cidadão, eles já ajudam empregando um batalhão de gente legal – desde caras como Cory Doctorow, do Boing Boing, até Brad Templeton, de quem gostaria de falar hoje.

Dentre outras pérolas, ele é tido como autor da famosa teoria segundo a qual caso Bill Gates viesse a encontrar uma nota de US$ 1000 no chão, ele não deveria abaixar para pegá-la, pois o tempo gasto com o gesto supera o valor da nota. Também foi quem sugeriu usar pontos para separar os níveis diferentes de domínios em URLs (sim, ele é o verdadeiro “ponto em .com”, ao contrário do que marqueteiros sem-noção possam sugerir). Isso sem falar que ele criou o rec.humor.funny, um dos mais antigos, mais lidos (no passado) e mais polêmicos grupos da USENET.

Mas um dos valores mais fortes que ele traz são os ensaios em que ele formaliza e esclarece temas relevantes para os usuários da Internet. Bem versado tanto nos aspectos técnicos quanto nos legais, ele clareia bem assuntos sobre os quais normalmente se fala muita besteira, como copyright e spam, para citar alguns.

Vale a pena navegar no site dele antes de sair pelos bares pregando o fim das patentes (sim, eu ouvi isso num bar outro dia – ok, preciso freqüentar bares melhores) ou o que quer que seja a onda da vez.

E se nada disso interessar, ele ao menos tem dúzias de panorâmicas do Burning Man!

Desvendando os quadrinhos

20 Dec 2004

Depois de quase uma década, foi lançado no Brasil o Desvendando os Quadrinhos de Scott McCloud. Valeu a espera: é leitura tão obrigatória quanto <a href=”http://www.submarino.com.br/books_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=1&ProdId=54251&franq=102414” taregt=_blank>Quadrinhos e Arte Seqüêncial</a>, de Will Einser.

Assim como o livro do Eisner, este tem uma cobertura universal o suficiente para não se tornar desatualizado. E o único assunto menos coberto – os quadrinhos na Web – é fartamente trabalhado no seu site (que já foi comentado aqui antes).

E por falar no site, também gostei de Bobo Puppyhead. Viva os quadrinhos não-desenhados!