Não sei o que me atraiu desta vez. Posso estar influenciado pela falta de filmes interessantes, pela maneira com que ele chegou a mim ou até mesmo pela relevância pessoal das questões abordadas. O que sei é que ainda estou encantado com Lua de Fel, filme lançado em 1992, mas que só vim a assistir no último feriado.
O diretor (Roman Polansky) trabalha temas diversos, girando principalmente em torno de relacionamentos que se esgotam, seja pela falta ou pelo excesso de ardor. O mais importante é que ele o faz fugindo dos lugares-comuns do gênero, e, principalmente, sem a previsibilidade e as lições de moral que invariavelmente estragam qualquer tentativa de abordar tais assuntos com seriedade.
É difícil falar muito sem estragar surpresas. Além disso, não quero privar ninguém do prazer que eu tive ao assisti-lo sem saber nada a respeito. Desta forma, vou apenas deixar como referência de algo que muito me agradou – o que, em se tratando de filmes, não tem sido fácil ultimamente.
Apenas um comentário: o título me pareceu uma daquelas armações pseudo-marqueteiras que tentam associar qualquer lançamento a algum sucesso recente – cito, como exemplo, O Vingador do Futuro e O Exterminador do Futuro, nos quais o “Futuro” pulou do roteiro para o título numa provável tentativa de capitalizar sobre algum outro filme, talvez De Volta para o Futuro (único dos três cujo título original menciona o futuro).
Felizmente foi engano meu: o filme é uma co-produção anglo-francesa, e embora o nome em inglês seja Bitter Moon, a distribuidora nacional fez a feliz opção pelo nome em francês (Lunes de Fiel), já que este também é o nome do livro que deu origem ao filme.