<img title=”Ilustração da capa do livro, estendida” src=”/archives/img/cava.jpg” width=”300” height=”162” align=”left”/ style=”margin-right:6px” border=”1”>O Marketing Depois de Amanhã, livro mais recente do Ricardo Cavallini, é de difícil definição. Seu primeiro trabalho (Boa Bronha – A arte de desperdiçar energia) usava a experiência de criar um dos mais divertidos sites adultos brasileiros para comentar, de forma irreverente, diversos aspectos sobre criação, produção e marketing na web.
Neste volume – um pouco mais sisudo, mas sem perder o inconfundível estilo Cava (“processos contra usuários (…) como os que a RIAA está movendo, são tão efetivos quanto a polícia dar porrada em maconheiro”) – não há um ponto de partida definido: o autor explora a relação entre novas (e algumas velhas) tecnologias e a comunicação.
O resultado é um apanhado de fatos cuidadosamente verificados (coisa rara em livros deste gênero), que, fossem aleatórios, já o tornariam um catálogo de variedades digitais bastante divertido. Mas não o são: aliados às considerações do autor, acabam colaborando num objetivo único: abrir a cabeça do leitor para as diversas possibilidades das novas mídias.
Claro, o livro aponta diversas tendências – mas, fosse só isso, estaria fadado à obsolência antes de chegar ao prelo. Seu real valor, a meu ver, é mostrar como pode ser feita uma boa análise da cacofonia de informações, tecnologias e produtos que aparecem a cada dia – já que, para desespero de muitos, não há uma fórmula mágica para tomar decisões nesta área. O único meio acertado é saber interpretar esses “búzios”, e é nisso que o livro foca.
Enfim, é uma leitura interessante para quem se interessa por esses temas. Quem está um pouco mais antenado não vai se surpreender com os assuntos abordados, mas seguramente vai se beneficiar do quadro geral apresentado. E, o mais importante, vai se divertir no processo.
(não posso deixar de mencionar que resenha de trabalho de amigo é sempre suspeita, especialmente quando positiva. Ainda bem que a credibilidade do Cava no “mundo” da web é mais do que suficiente para que eu não tenha que me preocupar com este aspecto)