Eu achei que era um daqueles exageros que tradicionalmente se permite nas manchetes dos jornais, mesmo naqueles mais sisudos. Mas o JT tem lá a sua razão ao batizar de “inferno astral” os dois últimos anos do McDonalds, e todas as dúvidas desaparecem ao examinar este quadro no qual o jornal coletou alguns momentos dessa crise de uruca que acometeu a rede. Meu palpite é que o Carlinhos Brown, o pé-frio campeão do Brasil, está fritando hamburguers em alguma loja da rede…
A trilha sonora do pornô
Webdesigners são pessoas estranhas, mesmo para os meus padrões. Talvez seja por isso que eu convivo com tantos. De qualquer forma, a Wired encontrou um que chuta o balde: ele é fanático por músicas de filmes pornôs, e criou uma web rádio que fica transmitindo 24 horas essas músicas. Dê uma olhada – é a maior viagem ficar imaginando as situações em que cada música foi usada! :-)
“Um homem entra num restaurante e pede uma sopa de gaivota…”
… ele prova a sopa, pega uma faca e se mata”. Esse trecho surreal é parte de uma brincadeira de salão, cujo nome eu nunca soube, mas que rende boas risadas. Funciona assim: uma pessoa conta uma história curta (como a que acabei de citar), e os outros têm que descobrir o que aconteceu, explicando o paradoxo presente na história contada (no caso: as pessoas não costumam se suicidar após tomarem uma sopa de gaivota).
Para isso, todos podem fazer perguntas ao “contador” da história, que só pode responder na linha: “sim”, não”, “é indiferente” ou “refaça a pergunta”. Quando reunem bastante informação, podem tentar contar a história que há por trás, e o “contador” diz se tem a ver com a “resposta” (que só ele sabe) ou não.
Não tem muita “regra” no jogo, e isso só o torna mais divertido, pois as pessoas fazem as maiores viagens, tanto nas perguntas quanto nas tentativas de explicar a história. Claro, uma vez revelada, uma história não é aproveitável dentro do mesmo grupo, mas todos os integrantes acabam indo aplicar a outros grupos (e basta chegar um novato que dá pra repetir uma história – com vários “contadores” também é engraçado, porque começam a rolar controvérsias com perguntas dúbias).
A brincadeira é velhíssima, mas estou falando dela porque hoje eu descobri que existe uma porrada de histórias aplicáveis (eu só conhecia a da gaivota). Num serviço de utilidade pública para nerds, resolvi colocar aqui algumas dessas histórias. Clique em “explicação” para saber a resposta, isto é, a história que explica o fato.
Claro que não tem a menor graça ler aqui, o legal é aplicar a brincadeira. Por isso, não coloquei muitas (pra não estragar a diversão dos mais afoitos) – a idéia é que você aprenda duas ou três para usar com os amigos, certamente alguém vai conhecer outra e você passa ao papel de “perguntador”.
Aí vai:
- Um homem entra num restaurante e pede uma sopa de gaivota. Ele prova a sopa, pega uma faca e se mata. (explicação)
- Um homem mora no 14o. andar de um prédio. Sempre que faz sol, ele usa as escadas para subir até seu apartamento. Quando chove, ele usa o elevador. (explicação)
- Um homem faz uma viagem de trem até a capital, voltando alguns dias depois. No meio da viagem de volta, ele se mata (explicação)
A minha predileta eu deixo sem resposta, quem quiser saber me procure pessoalmente (ou ainda: que tal tentar jogar por e-mail? Será que dá certo?):<ul class=mensagem>
- Um homem está morto no meio de um deserto, nu, com um palito na mão.
Explique!!! :-)
UPDATE: veja mais dessas charadas no Geniusland
Hq: a volta do formatinho
A Abril decidiu voltar a publicar seus gibis no polêmico “formatinho”. Num primeiro momento, achei uma boa, já que HQ de super-herói raramente justifica um grande investimento, mas a preços populares dá pra correr mais riscos.
Infelizmente, os preços não serão tão populares quanto nos anos 90: o gibizinho de 50 páginas foi anunciado por R$ 2,50. Parece pechincha, mas a agora aposentada linha “Premium” (formato americano) saía a R$ 10 por gibi de 160 páginas. Na ponta do lápis: R$ 0,05 por página no formatinho, versus R$ 0,0625 no americano. Ou seja, a economia é de meros 20% com a mudança de formato. Já foi muito maior, chegando aos 50% de economia quando se publicava em formatinho.
Pelo menos o preju pra quem quiser ler tudo o que sai de DC no mês será menor: com duas revistas quinzenais, gastava-se R$ 40 por mês, com cinco gibizinhos quinzenais, serão R$ 25. Claro que liam-se 640 páginas, e agora teremos “apenas” 500, mas fazer o que? Ao menos as revistas regulares da DC andam com um nível muito bom (parece que eles sacaram que é melhor produzir menos quantidade e mais qualidade), ao contrário da Marvel, da qual a Abril fez bem em se livrar. Como esse mundo dá voltas…
Disney dominando as mentes
Todo mundo já teve algum amigo, professor de história ou colega de trabalho teórico da conspiração, daqueles que acha que qualquer mudança nos intervalos comerciais da televisão é uma tentativa de propaganda subliminar. Quando isso se mistura com religião, então, é que a casa cai.
Pois bem: recebi o link de um site que é um excelente exemplo de tudo isso. Os autores tentam mostrar que os estúdios Disney estão empreendendo uma guerra santa contra o Cristianismo, usando as criancinhas como armas. Eu achei doideira, mas cada um que tire suas conclusões…
Eca
Os reality shows não páram de “inovar” – agora tão partindo pro escatológico, segundo o Popular (Terra). Agora só falta fazerem uma mini-série baseada na obra do Marquês de Sade (que eu não li, mas meu mordomo leu – ma-ôe – aham, um amigo meu está lendo e me narrou uns lances de virar o estômago)
“O Jô Soares é gay”
A frase acima (e variantes do gênero “o Jô Soares é extremamente bicha”) tem aparecido em pichações espalhadas pela cidade de São Paulo. Eu já vi na Av. Salim Farah Maluf (perto da Álvaro Ramos), na Av. do Estado, e, mais recentemente, embaixo da ponte Bernardo Goldfarb (a “gêmea” da Eusébio Matoso) na Marignal Tietê. Sempre que as vejo me pergunto o que diabos motivou seu surgimento – não que pichações precisem de motivo ou cosutmem ter algum sentido, mas essas me confundiram um bocado.
Elas me remetem a um inspirado momento de um show do próprio Jô (do início dos anos 80): ele dizia que sabe-se quando alguém atinge o ápice da fama quando começam a circular boatos sobre a sexualidade da pessoa. Sei que é absurdo, mas não pude deixar de me perguntar se o próprio Jô, aplicando seu raciocínio, estaria mandando escrever isso nas ruas pra aumentar seu ibope.
Ter um site pode ser roubada – mesmo se ele der certo
Se eu tivesse lido The Dark Side Of Web Publishing, talvez não estivesse escrevendo aqui (ou teria criado o site só pra sentir o drama). O autor faz uma brincadeira interessante: imagina que Madame Curie (ganhadora de dois prêmios Nobel de Química no início do século) tivesse montado um site, e mostra todos os tipos de e-mails inúteis que ela teria recebido. O engraçado é que é verdade: eu mesmo já recebi cada coisa…
Simpsons no Rio: como era de se supor, nada de mais
Finalmente assisti o tão falado episódio dos Simpsons que se passa no Brasil. É bacana, como de costume. Tem algumas misturas culturais inevitáveis mas, no geral, os roteiristas sabem do que estão falando – a apresentadora do programa infantil teleboobies é prova cabal disto.
E dá pra comprovar que a choradeira da Riotur em torno do assunto não passa de mais um dos “factóides” da administração Cesar Maia. Pelo jeito, o prefeito ficou sem mais o que inventar (ao menos desde o episódio da Avenida Atlântica) que possa desviar a atenção popular da sua absoluta incapacidade como governante.
Para quem tem saco/banda que permitam fazer um download de 70MB (e tá com o inglês acima do “the book is on the table”) aqui tem o desenho na íntegra. Mas não é nada que não dê pra esperar passar no Brasil (se é que vai)…
Garçon, uma coca com gelo, limão e conformismo, por favor
Um amigo me apontou este interessante artigo que trata de um daqueles pequenos dramas cotidianos: o fato de que o limão na coca-cola virou um default em São Paulo, i.e., se você não pedir uma coca sem limão (com ênfase), ela fatalmente virá com limão.
Eu nunca fui muito fã do cítrico na bebida industrializada. Acontece que, por algum fenômeno bizarro, quando você diz “uma coca sem limão”, o garçon fatalmente registra “mmmmm… Coca… mmmmm… limão”, e o que chega na cozinha é algo do tipo “Zé, manda uma coca com bastante limão”, e lá vem o copo lotado.
Assim, resolvi me resignar e “me acostumar com o sabor” da coca com limão (como dizia aquela propaganda de água tônica que era o ápice do marketing estilo cara-de-pau) . Pode parecer bobagem, mas pelo menos agora quando eu peço uma coca com limão e gelo vem exatamente o que eu pedi.
Isso é melhor? Eu sinto que sim, o que me basta. Se for necessário embasar, a teoria psicológica do desamparo aprendido diz que assim eu aumento minha sensação de controle do ambiente e por isso vivo mais feliz.
Para quem julga o meu comportamento conformista, eu digo apenas que prefiro mil vezes sê-lo com um reles limão, dedicando meu senso crítico a coisas realmente importantes, a fazer como uns e outros que aprontam o maior escândalo em defesa dos seus importantíssimos direitos no restaurante, mas simplesmente se conformam com o rouba-mas-faz e outros absurdos da brasilônia…