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Revista Crocodilo – trash que satisfaz

23 Jun 2003

<img src=”img/blig/croc.jpg”align=”left” border=”2”>Ah, o que seria de nós sem os amigos bizarros? Por indicação de um deles comprei a Crocodilo, uma revista de humor e quadrinhos sem um gênero muito definido, mas que pega forte no lado trash.

Títulos como “Origami do Sexo”, “Bin Laden Pornô” e “A Febre dos Mariachis Iugoslavos” dão o tom da publicação. Fosse um site, seria mais um entre muitos. Mas pra colocar na banca precisa de coragem, e a Conrad parece que resolveu encarar.

Eu me identifiquei com o lado “cientista” dos caras: dentro de casa, eles dão a dica de como sintetizar o sexo oral feminno, mostram petiscos bizarros que podem ser feitos com o mínimo esforço, e por aí vai. Indo para a rua, eles experimentaram o famoso “treme-treme”, o bordel onde literalmente se transa com um vale-refeição. Quem disse que sai caro fazer reportagem externa?

Não consigo dar uma definição clara da revista: ela lembra um pouco a Casseta Popular, mas os quadrinhos remetem mais à Animal (e talvez a Mad tenha parecido tão ou mais chocante quando foi lançada, em 1742). Ainda não saquei muito bem onde Allan Sieber, Crumb e Hunt Emerson se encaixam no meio de tudo isso, mas ao menos são histórias menos “figurinha carimbada”, que fornecem uma excelente desculpa para desembolsar os R$ 6,90.

Os Malvados

08 Jun 2003

Os Malvados, é uma tira online sobre a qual uma amiga me mandou a URL uma vez. Não é nada que tenha mudado a minha vida, mas é mais um link pra passar de vez em quando e ler as trocentas últimas.

Se você ficar com a impressão que o cara tem boas sacadas, mas não desenha nada, não deixe isso estragar a diversão. Afinal, o Luís Fernando Veríssimo também não desenha muito, o que não tira o mérito de As Cobras.

Bauru de jogos

08 Jun 2003

Outro link bacana recebido dos amigos, o Bauru de Jogos é mais um site sobre jogos para micros e videogames de 8 bits. O diferencial é que os autores não têm dó de descer a lenha naqueles jogos que todo mundo acha podreira, mas ninguém tem coragem de dizer.

Os nomes das categorias são hilários, vão de “esportes de gordo” (golfe, sinuca e similares) a “punhetão” (aqueles jogos que são embromação pura), e as centenas de jogos garantem bastante tempo perdido.

Vale avisar: não é, nem de longe, politcamente correto: um jogo nipônico podreira logo leva um “Puta que pariu, não deviam ter parado em Nagasaki!”. Citações de Carlos Zéfiro e metáforas sexuais também imperam. E a graça tá justamente aí!

Emulador de Gamecube *totalmente* multiplataforma

14 May 2003

Eu estou quase conseguindo fazer meu Apple IIGS rodar programas 16 bits (já venci a briga com o drive, mas ainda faltam o mouse e outros detalhes). Nem ia comentar enquanto não tivesse fotos, mas lembrei do assunto quando cruzei com a página do gCubix. É um emulador de Gamecube que roda em diversas máquinas: desde PCs com Linux/Windows até em computadores mais limitados, como o GameBoy Advance ou Apple IIGS. Tem até versões para celulares que rodam Java! </br/>Claro que é trote. Mesmo assim, é divertido ver as fotos photoshopadas dos mais diversos computadores, videogames e outros aparelhos rodando o suposto emulador.E se você estiver no clima, aproveite para conferir alguns anúncios sem noção veiculados nas revistas de informática dos anos 80. Esses, por incrível que pareça, são verídicos! </br/>

Hqs clássicas disponíveis para download

12 May 2003

Os fãs de mangá e animê já conhecem o trabalho dos fansubbers e dos manga translators – indivíduos que traduzem os desenhos e gibis, disponbilizando-os na Internet. A qualidade das traduções varia, mas é muitas vezes o único jeito de ter acesso a coisas que não são lançadas num determinado idioma ou país. </br/>No Brasil já existem alguns grupos que fazem isto – mas eles costumam obedecer a regra de ouro: só disponibilizar o que não existe no país, de forma a viabilizar a atividade das editoras locais. Um exemplo é o Love Hina Brasil, que, apesar do nome, está trabalhando em outros mangás desde que a JBC começou a publicar Love Hina (um dos meus prediletos, mas já citei isto em outra ocasião).

Neste cenário, me surpreendeu descobrir que existem vários sites como o Marvel Scans e o Rapadura Açucarada que disponibilizam na rede quadrinhos publicados no Brasil. Uma matéria na Herói+ (que, claro, já foi digitalizada pelos caras) fala a respeito deste movimento, citando vários links – isso num tom bastante positivo.

Pessoalmente, eu gosto da idéia dos gibis antigos estarem disponíveis online para consulta e referência, e também sou favorável à tradução de coisas que não existem aqui. Mas os sites publicam bastante novidades, coisas que acabaram de sair na banca. A meu ver, isso só prejudica as editoras – que não terão outra alternativa senão aumentar (mais) os preços, diminuir a quantidade de lançamentos ou mesmo fechar as portas.

Mas é minha opinião, vai de cada um. E não posso negar que foi ótimo poder dar uma espiadela no novo He-Man sem arriscar o constrangimento de ser pego com um desses nas mãos…

Mr. T versus a rapa

10 May 2003

Mr. TEu passei anos acreditando que “Mr. T versus …” era o assunto freak mais conhecido da Internet. Só que sempre que eu comento me perguntam o que diabos é isso. Então lá vai:

O Mr. T é a figuraça aí do lado. Ele se popularizou nos anos 80 com o seriado Esquadrão Classe A (A-Team), chegando a ter seu próprio seriado, além de um desenho animado. Em todos eles, o Mr. T era o cara durão (“helluva tough”), mas do bem (“milk is good”).

Uns caras resolveram fazer, só de farra, uma espécie de fotonovela onde ele enfrentava o Superman. A onda pegou, e hoje sites como o Mr. T Versus Everything listam mais de 300 histórias toscas do Mr. T usando seu moicano e suas correntes de ouro, defendendo os centros adolescentes e jogando os caras maus (ou nem sempre maus) longe pra caraco (“helluva far”).

Real ou virtual, o Mr. T dá um couro em todos os “sucka”: Jerry Springer, Pikachu, Van Damme, e até o pessoal de Friends e do Metal Gear Solid entram na dança. As mulheres não são poupadas: Christina Aguillera, Chun-Li, Spice Girls e até a Sailor Moon têm que parar com o blá-blá-blá (“jibba-jabba”) e entrar na linha. Helluva fun!

The Happy Mutant Handbook

09 May 2003

Uma coisa leva à outra: ao ler The Hacker Files (HQ sobre Internet muito à frente de sua época, mas eu falo dela outro dia) tomei conhecimento do fanzine bOING bOING (hoje um “diretório de coisas fantásticas“). O zine era ótimo, mas difícil de conseguir por aqui. Em 1995 os autores publicaram o livro The Happy Mutant Handbook: Mischievous Fun For Higher Primates, e em 1998 eu perdi o medo do e-commerce e comprei na Amazon.

A idéia de happy mutant se baseia no seguinte: as pessoas, em sua maioria, dedicam suas vidas à busca de conformidade e à perpetuação da espécie. Existem uns poucos (mutants) que simplesmente não querem fazer parte do gado. Excluídos os unhappy mutants, isto é, os que se tornam chatos e negativos por não se encaixarem, sobram os happy mutants (nós), que tentamos nos divertir com isso.

E o mundo dos normais é o grande playground dos happy mutants. O vício das pessoas em obedecer alguém e o sistema cultural 100% “de cima para baixo” tornam muito fácil manipular as cordinhas, o que produz os mais interessantes resultados – sempre em nome do conhecimento, da liberdade, e, acima de tudo, da diversão.

Colocados os pingos nos “i”s, o livro mostra alguns happy mutants que estão por aí e o que eles fazem, tais como a Billboard Liberation Front (caras que adulteram outdoors de maneira criativa e reversível) os bulidng hackers (gente que fica entrando em lugares físicos onde a entrada é proibida), e o genial Joey Skaggs, cujo anúncio de prostíbulo para cachorros, é realmente inspirador.

Além de falar do que se faz, ele dá muitas dicas para quem quer fazer: criar uma rádio ou TV alternativa, publicar seu próprio livro, prensar CDs e até LPs (que já eram velharia na época) são coisas ao alcance de qualquer um, basta querer. Pode não ser tudo up-to-date, mas é muito inspirador – eu mesmo devo ao livro boa parte da minha iniciativa de publicar conteúdo na web (ao invés de apenas criar softwares de publicação e deixar os profissionais do ramo se divertirem).

O livro também fala de atividades mais lúdicas, tais como colar etiquetas de “comida reciclada” em pacotes de supermercado, criar sua própria logomarca ou mesmo uma carteirinha de “imprensa” (abrindo as portas da ingenuidade alheia). Ele traz e sugere bastante “brain candy”: textos, quadrinhos, ilustrações e fotografias para desintoxicar e estimular cérebros cansados da cultura mainstream.

Eu que tive um pé nos anos 80 e outro nos 90 me identifiquei muito. Relendo o livro oito anos depois, continuo achando fantástico. Claro que é nonsense para quem só quer ficar no “esquemão”. Mas nestes casos, recomendo a Veja ou a Você S.A. mesmo…

Sigam-me os bonzinhos

08 May 2003

Não, não é do Chapolin que eu vou falar, e sim dos Combo Rangers. A história começou na época “pré-bolha” (~1999), com o site PutaQuePariu.com (não adianta procurar, nem o Internet Archive tem vestígio). </br/>O site era uma coleção de piadas e textos de humor no melhor estilo “5ª. série” (“mande seus amigos para a putaquepariu.com” era o mote de marketing), e tiveram o bom senso de terminar quando estavam por cima. Um dos webmasters (o Fabio “Sr. Y” Yabu), criou no Flash uma espécie de sátira dos seriados super sentai (Changeman, Power Rangers e similares), e com isso nasceram os Combo Rangers.

Com o tempo ele conseguiu espaço no UOL, e transformou em história em quadrinhos “de papel” (primeiro pela JBC e agora pela Panini). É voltada para o público infantil/infanto-juvenil, mas as tiradas e referências ao mundo “adulto” justificam a leitura: vão desde citações ao “Funk da Pamonha” até remakes de HQs e filmes semi-cult (vide o #10, “Mano Ou Ultramano”, uma das minhas favoritas).

Essas idéias meio absurdas são justamente o que torna o gibi divertido para adultos, por mais constrangedor que seja o clima “acho que aprendemos uma lição hoje”. E o melhor de tudo: dá pra comprar os números atrasados pela Internet na JBC – o correio sai baratinho e você compra pelo preço de capa. Arrematei todas e não me arrependo.

Comemorando 10.000 visitas com o “pornô” de 1975

08 May 2003

Fuçando num sebo eu me deparei com esta Garotas e Piadas no. 1. É uma espécie de Playboy (nos limites do Brasil de 1975), com uma tentativa (bastante infeliz) de dar um toque humorístico.

O resultado final é tão bizarro e hilário que, em comemoração aos 10.000 visitantes da página, resolvi digitalizar e disponbilizar toda a revista online. Pode abrir com a avó na sala numa boa – qualquer filme romântico atual tem mais nu que isso.

Não deixe de conferir as fotonovelas (se alguém entender a da página 28 me explique, eu boiei até agora). E quem diria que em 1975 já existia o Instituto Universal Brasileiro (pág. 18/19), com a mesma propaganda safada das revistas de hoje.